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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Do roubo nosso de cada dia, livrai-nos hoje




Todos os dias saímos de casa bem arrumados, perfumados e embevecidos pela imponência do sol a clarear nossos dias. Quem dera a luz da justiça humana possuísse raios tão transversais quanto os que nos iluminam ao amanhecer. Continua o percurso até a porta, fala com a mãe, abraça-a como quem não sabe o resultado da trajetória que fará. E quem o sabe?

Os pensamentos vez em sempre divagam desse estado e alcançam o Alfa, o olhar fatigado contempla a dimensão divina implícita nas miudezas da vida. Até que um mal elemento se aproxima, e coitado! Rendido, entrega-lhe o pouco que tens. Há outra saída? Sim. A morte. Fim ultimo da vida, ela é uma incógnita ainda não desvendada pela razão humana, mas e depois de morrermos de que valerá toda a ciência, a beleza, a arquitetura das palavras, e as imensuráveis graduações? A bala que transpassa o corpo é como a adaga que fere a alma. Finda-se as forças. Fim da vida.  

É certo que todo dia morremos. Os nossos dias são verdadeiras cruzes. Cada dia carregamo-las. O quarto é o calvário e a cama o túmulo, porém, todo dia também ressuscitamos e tal graça, leva-nos a compreender o mistério que reside entre Alfa e Ômega, principio e fim. É uma espécie de reticências cotidiana que pedem essencialmente contemplação. Perdoe quem rouba algo de você. Mas nunca deixe mesmo é que lhe roubem de você.