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segunda-feira, 20 de abril de 2015

O dom mais sensivel


Caríssimos como é bom, olhar para o céu e contemplar a sua beleza. A simplicidade da vida e enxergar nisso a realização de um olhar fatigado, pelas pedras que encontramos nessa difícil caminhada. Por isso, somos tão repletos de dons. Eles nos capacitam a enxergar o mundo, por um prisma diferenciado, instiga-nos a mudança e compreender nossas fraquezas de forma a tornar-nos, superiores as adversidades.

Em meio a tantos dons, concedidos pelo Espirito Santo, somos repletos de Sabedoria, Ciência, Fortaleza, etc.  Mas, fico a questionar-me, Qual seria o dom mais sensível. Aquele capaz de nos desestabilizar completamente. Abrir mão das crenças, não sentir mais presença divina, desmembrar a trindade e torna-se ego, apenas e somente apenas, isso. Este dom é compreendido em uma pequena palavra, que transcende a humanidade. FÉ.

A sensibilidade desse dom está, sobretudo em suas conotações. A sua maneira de crer é diferente que a da sua mãe, que é diferente da do seu vizinho, que se difere de tantas outras pessoas existentes. É uma variação de possibilidades, semelhantes ás genéticas. Logo, cada um tem a sua maneira de se religar com o Divino. E aqui está o X da questão. A experiência da fragilidade nos visita, quando somos incapazes de enxergar o transcendente. É uma espécie de Eu cego que incomoda como espinha na carne, martirizando e impedido a aproximação com algo maior. A fé é dom de Deus. Ninguém começa a crer do dia pra noite por desejo próprio. Portanto faz-se necessário que peçamos ao Pai celestial, que nos conceda esse dom em proporções infinitamente maiores que nós. Pois esta graça nos supera. E é bom mesmo que aconteça, certos acontecimentos místicos, não carecem de serem descobertos.

A fé pode se manifestar em sua vertente mais ingênua e por outro lado, mais crítica. E a sua certeza, em qual parâmetro se encontra? Se por um lado esta é ingênua, parabéns. A beleza que a compõe deve lhe guiar a contemplação, não se propõe aqui um desvinculamento da religião. Ela nos é importante para compreender um pouco a imensidão da divindade e da nossa crença. Da mesma forma a fé crítica, não tem menor valor. Ela é apenas, ainda mais frágil. Vale lembrar no que a fé se pauta. Claro que é preciso que se tenha consistência nos argumentos, para saciar as dúvidas pertinentes ao lado humano. Mas é preciso deixar que o espiritual, ultrapasse essas questões irrisórias.

E quando faltar confiança, lembre-se: Você não é único que passa por crise de fé. Segundo, não esqueça de reconhecer que crês, mas que ainda é pouco e que ainda que penses saber muito de Deus, nada sabes. E por fim, humildade e um olhar mais irrigado de unção para compreender antes de tudo a você mesmo. Fé no homem. Fé em Deus. O dom mais sensível, seja a tua força.


domingo, 19 de abril de 2015

Ensaio sobre as dores da vida.


Temas abstratos, sempre nos inserem a questionamentos relevantes. Seja de cunho transversal, moral, pessoal e universal. O intocável nos leva a transcender, afinal, somos dotados de desejo de buscar, compreender e transformar o meio onde estamos.
As dores da vida, remete-nos a questões filosóficas e nos insere a um quadro mais crítico de observância. É como se te colocassem na posição de um médico que buscasse cirurgicamente, consertar os problemas da ordem dos intocáveis, existentes em você. Mas, não se sabe ao certo o que nos leva a isso. Não somos, Einstein, Dostoievsky, tampouco, Drummond de Andrade.  Precisamos, urgentemente a todo tempo de respostas prontas, bem elaboradas, que saciem certas lacunas existenciais. E na ponta do lápis não é bem assim; Mas e quanto aos problemas, que utilidade possuem, senão a de transformar-nos, de impactar e causar espanto, converter e deixar-nos aos prantos? A grandiosidade deles, talvez, esteja atrelada as dores. E aqui, essa palavra, tenha sentido completo, sem especificações, devido a vasta gama de emoções que a compõem.
Engolir o choro. Erguer a cabeça. Bem aventurados, sejam aqueles que se superam todos os dias, em meio a correria, devaneios, pensamentos soltos e profundos, em meio a um mundo sovertido por gente derrotada e frustrada por suas escolhas.

“Viva a folia, a dor não presta, felicidade, sim. ”  –BUARQUE, Chico

É preciso desprender-se desses medos, verdadeiras correntes: Aprisionam, martirizam e frustram-nos. Libertação, esse é o caminho. Aprendamos com Chico Buarque, a vida é muito complexa, para nos preocuparmos com o que compreende o infinito e as relações fundamentais, impostas pela dor, frias e calculistas. A felicidade compreende um espaço de tempo prático, que nos conduz a novas atitudes.

“A flor também é ferida aberta e não se vê chorar. “ –BUARQUE, Chico.

Quais as feridas abertas, aí existentes? Você as conhece, talvez recomeçar, passe pela experiência do abandono das dores. Tornar racional, o desejo de eliminá-las e somente isso. A perfeição explicita da natureza nos ajuda a refletir, e nos tornarmos, fieis a essa arte divina. Capacita-nos a contemplar. A santa mãe natureza que irradie em nós, frutos da sua redenção. E se cada flor, ave-maria rezada, fosse uma lagrima, Nossa Senhora, virgem imaculada, olhando tal ramalhete de rosas machucadas, rogaria aos céus, a conversão da dor, em paz. A paz no silêncio. E silêncio em fim. Enfim o término das dores.